17/06/2011 - Sexta-feira | A Razão

Do pedido de prisão para a solução

Evento, na Fadisma, discute formas de prevenção e repressão dos crimes pela Polícia Civil

Ao invés da prisão, a mulher
hoje quer resolver o problema
conjugal”, destacou a delegada
Débora Dias, uma das
palestrantes desta quinta

Das quatro mil ocorrências registradas por ano na Delegacia de Polícia para a Mulher, 90% delas são de violência doméstica. Prova disso é que em seis meses já foram 400 as medidas protetivas aplicadas. Os números foram repassados ontem à noite pela delegada de polícia Débora Aparecida Dias, que apresentou dados sobre violência física e psicológica contra a mulher durante a palestra Limites e Eficácia da Lei Maria da Penha, na Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma).
“ De 20 mulheres que nos procuram, 18 delas têm conhecimento da Lei Maria da Penha. No início, elas queriam a prisão do marido ou companheiro; agora, elas buscam uma solução para o problema conjugal. O que falta é investimento em prote-ção como casas abrigo e apoio psicológico”, ressalta.  As agressões mais comuns contra a mulher, segundo a delegada, são de ameaça, ofensa, constrangimentos, humilhações, difamação, injúria, calúnia e, geralmente são motivadas pelo consumo de álcool e drogas.
A exposição (foto) pode ser
conferida até esta sexta-feira

no hall da Fadisma. Ao todo,
são 21 obras retratando
cenas de crimes legenda
O debate desta quinta-feira foi aberto pelo delegado de Polícia Regional, Marcelo Mendes Arigony. Há quase cinco meses à frente do cargo, Arigony ressaltou que a Civil aposta na integração para resolve as questões sociais. “Hoje, o balcão da delegacia é o desaguadouro de todos os problemas. Das 150 ocorrências registradas por dia, na DPPA, talvez, umas 70 delas poderiam ser resolvidas de outra forma que não através do Direito Penal, o que contribui para a superlotação carcerária. Por isso, a Civil tenta agregar forças para prevenir a violência”.
Para o coordenador geral da graduação da Fadisma, Carlos Norberto Vieira, “o evento mostra que a faculdade está preocupada em discutir os problemas da sociedade”.

A outra convidada da noite foi a tular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), delegada Carla Dolores Castro de Almeida, que palestrou sobre a Cooperação Penal Transfronteiriça para Preservação do Meio Ambiente.

Evento - Nesta sexta-feira, último dia, a  partir das 19h, ocorrem as palestras “As Alterações do CPP
e seus Reflexos na Atividade Policial” com o titular do 3º Distrito Policial, delegado Sandro Meinerz
e “Crimes Cibernéticos” com o delegado Emerson Wendt, do gabinete de Inteligência e Assuntos Estratégicos (GIE/POA).